Movimento pela preservação da área próxima à Estação Unisinos do Horto Florestal Padre Balduino Rambo em São Leopoldo - Rio Grande do Sul - Brasil
Mata viva na cidade

segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Blog de Os Verdes de Tapes: AÇÃO EM REDE: Contra o Crime Ambiental no Parque B...
Blog de Os Verdes de Tapes: AÇÃO EM REDE: Contra o Crime Ambiental no Parque B...: Prezados amigos de Os Verdes no Brasil e no mundo, pedimos apoio para que assinem e cooperem na divulgação desta situação que coloca em risc...
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Reserva Florestal
Por Renato
Petry Leal – biólogo
Ainda não se viu retrocesso na manobra deletéria
intentada contra o patrimônio natural da região tendo como alvo o Horto
Florestal ou Reserva Florestal Balduíno Rambo. Vergonha. Não ter capacidade ou
intencionalidade para o uso adequado do bem comum não significa poder destruir
o patrimônio de presentes e futuras gerações. Arquiteta-se o maior crime
ambiental da atualidade em nossa região. As mortandades de peixes no Rio dos
Sinos, que tanta comoção causaram, são muito pouco se comparadas ao desmembramento
e transformação de algo que não oferecerá condições de recuperação. Por menos
que se prometa destruir agora, sabe-se, com certeza, que este seria o pontapé
inicial para a deterioração da área. Existem grupos que se consideram ilhas no
universo humano. Não o são! São apenas pequena parcela do todo muito maior e
mais importante. Nesse sentido, em 1979, na Campanha da Fraternidade, a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil desenvolveu o tema Preserve o que é de todos. Trata-se de
superar o egoísmo, a ganância de possuir mais a qualquer preço. Trata-se de ser
escrupulosamente preocupado em preservar e conservar o ar, a água, a flora e a
fauna que são elementos necessários ao próximo. Trata-se de readquirir o
carinhoso respeito e a contemplativa admiração face às belezas da natureza. É
exatamente o que devemos fazer pois a reserva pertence a todos. Os nomes de
Henrique Roessler e Balduíno Rambo são frequentemente utilizados por pessoas
que não acreditam neles, que estão se lixando para os seus ensinamentos. Querem
somente se promover à custa de seu prestígio, este sim merecido. Está na hora
dessas pessoas que só querem promoção pararem de utilizar seus nomes. Na
faculdade tive um professor de botânica, Pe. Aluísio Sehnen, do qual me
considerei amigo, pessoa de alta moral, bondade, cultura e inteligência,
jesuíta de escola, respeitadíssimo em seu meio. Companheiro de Balduíno Rambo
em várias de suas andanças pelo estado, herdeiro de seu herbário e do seu
famoso jipe. Mesmo após eu me formar conversávamos sobre variados assuntos,
entre esses, o Horto Florestal. Explicou-me sua importância e a necessidade de
preservá-lo incólume. Era defensor ainda da preservação da mata do Daniel, na
Sharlau e do matinho do Padre Réus, último reduto de mata original no centro de
São Leopoldo. Muito lutei, assim como os outros, por sua manutenção, que veio a
ocorrer graças à cultura e inteligência de Telmo Lauro Müller e Nelson Moelecke
que abdicaram da construção do Museu Histórico naquele local. Depois disso tudo
eu fico pensando, será que não se fazem mais homens como antigamente?
Prevalecerá o bom senso ou o descaso egoísta?
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Ministério Público instaura inquérito sobre projeto Unitec
A Promotora
de Defesa Comunitária do Ministério Público de São Leopoldo, Dra. Luciana Moraes Dias, instaurou o Inquérito Civil Público Nº 79/2011 para apurar denúncia do Movimento Horto Preservado quanto ao crime ecológico pretendido pelo projeto Unitec/Tecnosinos. A Promotora está oficiando a Prefeitura Municipal de São Leopoldo para exigir esclarecimentos antes de instaurar a Ação Pública. A comunidade dos bairros vizinhos ao Horto Florestal Padre Balduino Rambo em São Leopoldo e os ambientalistas gaúchos comemoram o avanço jurídico da questão. Aliás, o próprio prédio do Ministério Público em São Leopoldo é vizinho e tem uma linda vista da floresta que precisa ser preservada.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Ambientalistas preocupados com futuro do
Horto Florestal
Movimento Horto Preservado defende que área mantém qualidade do ar da região
sara souza
São
Leopoldo - A preservação da Reserva
Florestal Balduíno Rambo, o Horto Florestal,
tem preocupado integrantes do
Movimento Horto Preservado, fundado em 2008, no
bairro Duque de Caxias. Desde que tomaram conhecimento de que a Prefeitura
está interessada em parte da área
para futura ampliação do Parque Tecnológico
São Leopoldo - Tecnosinos, ativistas
estão se mobilizando para preservar os 55
hectares de mata
nativa e eucaliptos solicitados pelo governo
municipal ao Estado. "O horto florestal possui 250 hectares de mata nativa
que mantém a qualidade do ar de toda a região metropolitana", diz Mary de
Oliveira, ativista do Movimento.
A reportagem do
Jornal VS entrou em contato
com a Fundação Zoobotânica, mas não obteve
retomo.
Governo - A União Protetora do Ambiente
Natural (Upan) encaminhou uma carta ao governador Tarso Genro e aos membros do
Conselho Estadual do Meio Ambiente (Condema). A entidade pede que o horto não
seja afetado e que as invasões sejam retiradas e a reserva seja cuidada pelo
poder público. Também pede que se encontre outra área para a instalação do
Tecnosinos, que não envolva derrubada de matas e banhados.
COMPENSAÇÃO DA ÁREA
No início do mês a Prefeitura e a Fundação Zoobotânica
(FZB) avançaram na negociação para a liberação dos 55 hectares do Horto Florestal
para ampliação do Parque Tecnológico. O prefeito Ary Vanazzi e o secretário de
Planejamento Paulo Borba se reuniram com Arlete leda Pasqualetto e Felipe
Giron, respectivamente presidente e diretor financeiro da FZB, para construir
uma proposta. "A FZB quer a compensação da área, ou seja, pagamento com
outra área e investimentos no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul. Ainda não temos os valores e vamos conversar mais", disse Paulo Borba. O secretário diz que o Município não possui uma área
para oferecer à Fundação Zoobotânica. "Nesse caso teremos que fazer a
compra por meio de desapropriação. E se o valor não for o suficiente pagaremos
o restante com investimento no zoológico. Esses são os encaminhamentos",
detalha Borba, explicando que grande parte dessa compensação será feita em área.
O restante será completado com investimentos. "Já temos a área definida
próxima ao horto", garantiu ele.
Grupo à espera de informações
Segundo
Mary de Oliveira, o Movimento Horto Preservado surgiu com o intuito de
reivindicar a revitalizacão da área. "A Fundação Zoobotânica alegava que não tinha verba
para revitalizar o local, que é uma área que está jogada às traças, sem
cerca-mento e sem manutenção", diz ela, lembrando que nesse momento
existe um foco ainda mais importante. "O não desmatamento desses 55
hectares para a construção de empresas. O interessante é que para tratar desse
assunto a Fundação não nos recebe e nem nos retoma", disse Mary. "Nós
que somos vizinhos do horto sabemos o valor que essa área tem, pois é uma
área dotada de fauna e flora muito rica. Ninguém da Prefeitura procurou a
associação de moradores do bairro para questionar o que achávamos desse desmatamento
e se concordávamos" diz outro integrante do movimento Cao Guimarães.
Matéria publicada no Jornal VS de São Leopoldo em 23/09/2011
Atividades celebram o
dia da árvore
São Leopoldo -
Ontem foi o Dia da Árvore e para comemorar cerca de 300 alunos das escolas
Paul Harris, Borges Fortes e Amadeo Rossi — juntamente com estudantes da
escola Maria Lygia, de Esteio — participaram de um ato simbólico no bairro
Duque de Caxias, próximo ao Horto Florestal. Uma muda de sibipiruna foi
plantada pelo aluno Carlos Meirelles, 12 anos; pelos
ambientalistas Odi Silva e Ion Trindade; e pela ativista do Movimento Horto
Preservado, Mari de Oliveira. “Também queremos a preservação do horto. Não
somos contra o projeto de ampliação do Tecnosinos — que pediu 55 hectares da
área para o Estado —, mas eles deveriam investir em outra área não
ambiental."
Matéria publicada no Jornal VS de São Leopoldo em 22/09/2011
sábado, 17 de setembro de 2011
Luta pela integridade do Horto Florestal
Lamentavelmente,
não se encontra mais hoje dirigentes públicos como antigamente. Outro dia,
relembraram o episódio da Legalidade, conduzido brilhantemente por Leonel
Brizola. Na época ele levantou o Rio grande em defesa da Constituição
brasileira. Venceu porque a causa era justa, o povo e o exército apoiaram a
ação de Brizola. As boas causas costumam ganhar logo muitos adeptos fervorosos,
dispostos a lutar e, se preciso, morrer pela causa.
As pessoas
lutam pelo que acreditam, lutam pelo bem comum. Agora, na África do Norte, o
povo se insurgiu contra a tirania de ditadores sanguinários, há décadas no
poder. O povo venceu porque a causa era justa. Lembro esses episódios diante de
uma situação local, que nós ambientalistas julgamos injusta, inaceitável.
Trata-se da alienação de uma área nobre do Horto florestal que leva o nome
ilustre do Padre Rambo e está sob ameaça de retaliação de uma parte significativa:
55 há. Além de ser um patrimônio natural de valor inestimável, sua existência
se deve a decisões tomadas há mais de cinquenta anos. Um nome ilustre que se
liga à criação daquela área é o do ex-senador e ministro do Supremo, Paulo
Brossard. Notável magistrado político de destaque por muitos anos, ele foi o
responsável, através de um parecer jurídico na Assembléia Legislativa, que
evitou que a área fosse fracionada para construção de habitações e geração de
grandes lucros por empresas no ramo da construção. Mesmo assim, parte da área
já foi entregue para construção da Unisinos. Tudo bem, finalidade nobre,
educação e ensino. Mas não podemos esquecer que o Horto é uma unidade de
preservação ambiental, protegida por lei, trata-se de um espaço sagrado de
propriedade do povo do Rio Grande. Não pode ser alienado em hipótese alguma,
muito menos trocado por outra área, talvez no Amazonas, Pará ou Mato Grosso.
Sabe-se que o objetivo real é derrubar planta e fazer obra.
Ambientalistas
calejados na luta estão se posicionando para evitar que cometam mais um crime
ambiental, comum hoje em dia. Em Sapucaia, Odi Silva e sua ONG, juntamente com
Míriam Colombo, ex-secretária do meio-ambiente daquela cidade, Renato Petry
Leal do Zoológico, Jorge Dupont, da Zoobotânica e outros de São Leopoldo, Mário
Linck entre outros.
Dia 21 deste
mês está marcado um encontro na periferia do Horto, na Vila Duque, para
protestar formalmente contra este crime ambiental que pretendem cometer pessoas
que por dever de ofício deveriam evitar este tipo de ação.
Dizem os
estudiosos que o mundo deverá enfrentar três severas crises nos próximos anos:
falta de água, comida e energia. O que os nossos governantes estão fazendo para
enfrentar estas crises? Comida parece que vai ter, e a água? Fonte da vida e da
saúde pública?
E a população
continua aumentando livre, leve e solta. É o caso do elevador que cai do décimo
andar, até bater no chãonada acontece. Quem viver verá!
por Ion Trindade - publicado no Jornal VS de 17/09/2011
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Carta aberta ao Senhor Reitor da Unisinos
Carta aberta ao Senhor
Reitor da Unisinos, Padre Marcelo Fernandes de Aquino
Fomos informados pelo
Jornal VS de 2 de setembro último que o Tecnosinos pretende “apropriar-se” de
uma área de 55 hectares do Horto Florestal Padre Balduíno Rambo com a finalidade
de abrigar 300 novas empresas de tecnologia da informação. Nada temos contra o
Tecnosinos ou contra a tecnologia, muito menos contra o protagonismo da
Unisinos no investimento
em inovação, empreendedorismo ou geração de emprego e renda para a juventude. Entretanto,
custa-nos acreditar que a Unisinos tenha decidido assumir publicamente a
responsabilidade pela destruição de qualquer parte desta mata viva, cheia
pássaros, répteis, pequenos mamíferos e insetos da mais variada ordem,
inclusive as cada vez mais raras abelhas silvestres, derrubando árvores e arbustos
nativos que contam mais de cinquenta anos de convivência com os exóticos e
magníficos eucaliptos que enfeitam, purificam e perfumam o ar que todos nós
respiramos diariamente.
Da
Universidade espera-se o exemplo na preservação da natureza, isto é, educação
ambiental. Os argumentos que vêm sendo utilizados para justificar tal barbárie
são frágeis e insuficientes, quando não absurdos e inverídicos. A mata local
não está se “depreciando” como afirma a diretora do Tecnosinos, Susana Kakuta.
A mata está viva, basta deixar o mato crescer em paz, é um absurdo falar em
depreciação da floresta por mantê-la intacta. Não há um único ponto de invasão
em todos os 55 hectares de floresta, apesar de os órgãos responsáveis, — a
Fundação Zoobotânica e o Governo do Estado —, manterem a área sem cerca nem
calçada, sem guarda montada ou qualquer tipo de segurança, como seria sua
obrigação.
O Horto Florestal que
estamos ameaçados de perder foi oficializado em lei pelo Governador Leonel
Brizola em 1959, a partir de estudos realizados pela Assembleia Legislativa,
com o aval do então Deputado Paulo Brossard de Souza Pinto e o incondicional e
decisivo apoio do Padre Jesuíta Balduíno Rambo, uma autoridade inquestionável, precursor
do ambientalismo no Brasil. Tanto que em 2002 o Governador Olívio Dutra assinou
decreto dando ao Horto o nome do padre que, em seus escritos à época já
alertava para o “imediatismo
inconsiderado no esbanjamento dos nossos recursos naturais”. O que diria o
estudioso padre hoje, ao ver seus irmãos de congregação conspirando junto a
políticos e empresários para derrubar as árvores e transformar num aglomerado
de indústrias o Horto Florestal que tão justamente leva seu nome?
Ilustre
Senhor Reitor, apelamos para sua sensibilidade e sabedoria, sua espiritualidade
e sua responsabilidade nesta questão. É de sustentabilidade que estamos
falando, há muitas vidas em jogo, animais e vegetais, há o futuro e a saúde de
toda uma comunidade, há o exemplo de preservação a ser dado por quem tem
obrigação de dar exemplo, promover e defender a vida e as futuras gerações. Por
certo há alternativas em outras áreas da cidade, construções verticais que
ocupem menos espaço físico, áreas que realmente precisem de gestão ambiental e
reflorestamento. Há autoridades científicas dentro da própria Unisinos capazes
de encontrar soluções melhores que esta para os problemas de expansão do
Tecnosinos.
Somos
pessoas anônimas em defesa da floresta. Queremos o Horto preservado. Contamos
com seu apoio na luta pelo cercamento do parque, pela implantação de um sistema
de segurança que permita aos professores e alunos da Unisinos estudarem a mata
e as incontáveis espécies biológicas que aqui encontraram refúgio. Precisamos
da sua ajuda na implantação de um jardim botânico ou de um parque público
sustentável e digno do nome jesuíta que leva. Para que a sociedade local possa
orgulhar-se de seu bairro, de sua cidade e de sua Universidade.
Muito
obrigado,
Movimento
Horto Preservado – São Leopoldo, 14 de setembro de 2011.
Carta da UPAN ao Governador
Exmo. Sr. Governador do Estado do Rio Grande do
Sul, Sr. Tarso Genro
Exmos. Srs. Membros do Conselho Estaduao do Meio
Ambiente – CONSEMA
Viemos através desta expor uma preocupação das
populações locais de São Leopoldo e de Sapucaia, bem como da comunidade
ambientalista do estado, com a perda programada de uma importante área
florestal em Sapucaia do Sul e São Leopoldo.
São os fatos:
Está sendo realizada a transferência de 55 hectares
da área da Reserva Florestal Balduíno Rambo, instituída com tal
nome pelo então governador Olívio Dutra, para o pólo tecnológicoTecnosinos para
que se instalem empresas nesta área.
Esta área não está cadastrada como uma Unidade de Conservação,
porém tem uma função ecológica inestimável entre dois municípios em rápida
urbanização desordenada. Passeatas de protesto estão sendo realizadas pela
população local, e o assunto merece a atenção do Governo do Estado.
A alegação da prefeitura de São Leopoldo é que não
há outra área para instalação destas empresas. E quando a floresta estiver
derrubada e ocupada, para onde irão expandir? Sob o mesmo pretexto da falta de
outra área irão aterrar banhados? Canalizar os rios? É importante que haja
espaço para hortos florestais na cidade, a exemplo do que fazem países
desenvolvidos. Se não há área em São Leopoldo, se busque área em outro
município. O desenvolvimento tem limites, a área do município também.
As reivindicações que fazemos são:
1. Que
a Reserva Florestal Balduíno Rambo não seja afetada, mas que as invasões
existentes ali sejam retiradas e a reserva seja devidamente cuidada pelo poder
público;
2. Que
se encontre outra área para o Tecnosinos, que não envolva derrubada de matas
nem tampouco aterro de banhados. Uma possibilidade que vemos seria a área
emprestada ao exército, que se encontra logo ao lado;
Certos de vossa atenção para com os interesses da
população gaúcha, nos subscrevemos
Manuel Strauch –
coordenador da UPAN - União Protetora do Ambiente Natural - São Leopoldo
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