Mata viva na cidade

Mata viva na cidade

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Ambientalistas preocupados com futuro do Horto Florestal
Movimento Horto Preservado defende que área mantém qualidade do ar da região

sara souza
São Leopoldo - A pre­servação da Reserva Flores­tal Balduíno Rambo, o Hor­to Florestal, tem preocupado integrantes do Movimento Horto Preservado, fundado em 2008, no bairro Duque de Caxias. Desde que toma­ram conhecimento de que a Prefeitura está interessada em parte da área para futura ampliação do Parque Tecno­lógico São Leopoldo - Tecnosinos, ativistas estão se mobilizando para preservar os 55 hectares de mata nativa e eucaliptos solicitados pelo governo municipal ao Esta­do. "O horto florestal pos­sui 250 hectares de mata na­tiva que mantém a qualidade do ar de toda a região metro­politana", diz Mary de Oli­veira, ativista do Movimen­to. A reportagem do Jornal VS entrou em contato com a Fundação Zoobotânica, mas não obteve retomo.

Governo - A União Protetora do Am­biente Natural (Upan) encaminhou uma carta ao governador Tar­so Genro e aos membros do Conselho Estadual do Meio Ambien­te (Condema). A entidade pede que o horto não seja afetado e que as invasões sejam retiradas e a reserva seja cuidada pelo poder pú­blico. Também pede que se encontre outra área para a instalação do Tecnosinos, que não envolva derrubada de matas e banhados.

COMPENSAÇÃO DA ÁREA
No início do mês a Prefeitura e a Fundação Zoobotânica (FZB) avan­çaram na negociação para a libera­ção dos 55 hectares do Horto Flo­restal para ampliação do Parque Tecnológico. O prefeito Ary Vanazzi e o secretário de Planejamen­to Paulo Borba se reuniram com Arlete leda Pasqualetto e Felipe Giron, respectivamente presiden­te e diretor financeiro da FZB, pa­ra construir uma proposta. "A FZB quer a compensação da área, ou seja, pagamento com outra área e investimentos no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul. Ainda não temos os valores e vamos conversar mais", disse Paulo Borba. O secre­tário diz que o Município não possui uma área para oferecer à Fundação Zoobotânica. "Nesse caso teremos que fazer a compra por meio de de­sapropriação. E se o valor não for o suficiente pagaremos o restante com investimento no zoológico. Es­ses são os encaminhamentos", de­talha Borba, explicando que grande parte dessa compensação será fei­ta em área. O restante será comple­tado com investimentos. "Já temos a área definida próxima ao horto", garantiu ele.

Grupo à espera de informações
Segundo Mary de Olivei­ra, o Movimento Horto Pre­servado surgiu com o intuito de reivindicar a revitalizacão da área. "A Fundação Zoobotânica alegava que não ti­nha verba para revitalizar o local, que é uma área que está jogada às traças, sem cerca-mento e sem manutenção", diz ela, lembrando que nes­se momento existe um foco ainda mais importante. "O não desmatamento desses 55 hectares para a construção de empresas. O interessante é que para tratar desse assun­to a Fundação não nos rece­be e nem nos retoma", disse Mary. "Nós que somos vizi­nhos do horto sabemos o va­lor que essa área tem, pois é uma área dotada de fau­na e flora muito rica. Nin­guém da Prefeitura procurou a associação de moradores do bairro para questionar o que achávamos desse des­matamento e se concordáva­mos" diz outro integrante do movimento Cao Guimarães.

Matéria publicada no Jornal VS de São Leopoldo em 23/09/2011


Nenhum comentário:

Postar um comentário